terça-feira, maio 15, 2007

Procuram-se Brasileiros com Domínio do Francês Para Trabalhar no Canadá


Centenas de brasileiros com as malas prontas, de mudança para Província de Quebec, no leste do Canadá. É o que deseja o governo da província, a maior (1,54 milhão de quilômetros quadrados, sendo quase 10% de água) e a segunda mais habitada (tem 7,6 milhões de habitantes) entre as dez que compõe um país de dimensões continentais: é maior que o Brasil, mas sua população é menor e mais concentrada regionalmente.


Mesmo sendo o lar de praticamente um quarto (24%) dos canadenses e estrangeiros residentes no país, a Província de Quebec quer atrair mais habitantes e, por isso, abriu um programa de imigração que pretende cativar brasileiros graduados e com domínio do francês, único idioma oficial na região (80% dos nativos são descendentes de franceses, em contraste com o resto do país, onde predominam descendentes de franceses e escoceses). A propósito, os filhos dessa província, que já se chamou Nova França, são tão ciosos de sua origem e seu idioma que já tentaram a independência da região. O movimento começou na década de 50 e ganhou corpo até culminar nos plebiscitos de 1980 e 1995 _em ambos, a tese da separação foi derrotada.


O governo local aposta no programa de imigração para suprir a carência de mão-de-obra qualificada verificada na região e garantir seu ritmo de crescimento econômico. As autoridades estimam que no período entre 2005 e 2009 o número de vagas de emprego criadas será um pouco maior que 250 mil. Saúde e assistência social, comércio varejista, serviços profissionais científicos e técnicos, além de hotelaria e restauração, são as áreas mais promissoras. Categorias mais "técnicas", como por exemplo químicos, profissionais de TI, financistas, têm mais chances. Advogados e jornalistas pontuam pouco com suas profissões, por exemplo, já que nesses casos a adaptação é mais difícil. Outros critérios de avaliação dos candidatos são a faixa etária, situação civil e filhos. Casais jovens com filhos são os mais cotados.


Quebec tem o segundo maior PIB do Canadá e uma economia diversificada, com destaques para empresas de alta tecnologia, telecomunicações e recursos naturais. A renda per capita é de US$ 25 mil/ano (média brasileira é de US$ 6,3 mil), a assistência médica é universal, gratuita e eficiente, escolas públicas são de qualidade e os índices de violência urbana são baixos.


O único aspecto que pode assustar os brasileiros é o clima temperado. A temperatura média anual da província é de 7º C na região mais quente (no Sul de Quebec) e de – 8º C no extremo norte. As quatro estações são bem marcadas e é bem verdade que os termômetros já marcaram 40º C na localidade de Ville Marie. Mas não se anime, isso foi em 1921. O recorde frio foi – 54º C, dois anos depois. Além das baixas temperaturas, os brasileiros costumam estranhar a duração do inverno, muito mais longo que nos trópicos.


No sul do Quebec, que é mais “quente”, a temperatura média no inveno é de ­-14ºC, e no verão, de 20ºC. No norte, a temperatura média é de 11º C no verão e de -­22ºC no inverno.Queremos ampliar a imigração de brasileiros porque se integram facilmente a uma nova sociedade, têm boa formação e são muito amistosos. Em Quebec, a pluralidade é a marca principal”, lembra a brasileira Soraia Tandel, agente de imigração do governo da província. Hoje, há cerca de 2.500 brasileiros residindo legalmente na província, principalmente em Montreal.


O programa não oferece empregos. Para quem se interessou e não está com medo do frio, o site www.imigracao-quebec.ca é o menor caminho para o visto. E é bom saber que a maior cidade de Quebec é Montreal, que é a segunda maior do país. A capital é a histórica Cidade de Quebec, às margens do Rio São Lourenço. www.imigracao-quebec.ca


Saiba como se candidatar


Os interessados no visto de residente permanente da Província de Quebec, que garante ao indivíduos quase todos os direitos que o cidadão nativo tem, não precisam ter emprego garantido lá. O governo oferece apoio na busca por recolocação profissional, por meio de Organizações Não-Governamentais (ONG’s). Mas é preciso cumprir algumas exigências.


O candidato deve enviar, via correio e em português, formulários e cópias da documentação solicitada para o Escritório de Imigração do Quebec em Buenos Aires (Argentina). A relação de documentos está disponível na home page www.immigration-quebec.gouv.qc.ca. A avaliação do dossiê custa US$ 350 (ao requisitante principal), mais US$ 135 para cada acompanhante (cônjuge e filhos).


A entrevista com o representante do governo acontece quatro meses depois do envio do dossiê. No Brasil, as entrevistas acontecem em São Paulo. Aprovado na entrevista, o candidato recebe o certificado de seleção do Quebec (CSQ) e, então, pode dar entrada no pedido de visto canadense no Consulado do Canadá. Este documento é emitido em oito meses.


É preciso ter formação técnica, tecnóloga ou universitária (com diploma), experiência profissional comprovada, autonomia financeira, domínio dos idiomas francês (uma vez na província, o governo oferece curso de aperfeiçoamento) e inglês, idade máxima de 35 anos (preferencialmente) e conhecimentos sobre a Província de Quebec.


(Por:Juliana Garçon)

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