quinta-feira, abril 12, 2007

Reflexões de um estagiário.


O sujeito entra em um curso com nome estranho, em uma cidade estranha e com algumas pessoas estranhas. Com o tempo, ele percebe que de estranha essas coisas não tinham nada. O curso era promissor, a cidade era acolhedora (apesar de feia) e as pessoas eram muito amáveis.


Depois de alguns meses de luta, o calouro (que já não é mais tão calouro assim) percebe que já aprendeu a morar longe dos pais, que descobriu seus próprios limites e já sabe até fzr comida! Aí ele resolve procurar um estágio dentro da Faculdade para ganhar uma grana (doce ilusão!) e ver um pouco da prática sobre o tal de Secretariado Executivo Trilingue (doce ilusão - parte 2!).


Corre aqui, corre ali, conversa com o professor, com a coordenação... um contato e outro... entrevista, ansiedade, análise de currículo... até que um belo dia o telefone toca e lá está ele... o escolhido!

É um mix de medo e felicidade. Medo de não dar conta do serviço, de fzr algo errado, de ser mandado embora na primeira semana! Felicidade por ter conseguido o emprego e por pensar que vai ficar "rico" no final do mês.


Na prática, ele descobre que o serviço é simples, rotineiro; que a administração pública é realmente burocrática e lenta; tem dias que não tem nada para fazer e dias que vc sua a camisa; conhece pessoas muito legais que te ajudam sempre e que acabam virando seus amigos (olha o networking aí genteeee!); que quando vc se formar provavelmente não vai trabalhar com nada daquilo, mas que mesmo assim a experiência vale muito a pena.


As pessoas que o cidadão conhece nos estágios são realmente muito importantes. São elas que definem se vc vai gostar de estar ali ou não. Porque tem o tipinho caricato, insuportável, que acha que sabe muito e que não tem o mínimo de educação. O incrível é que esse tipo de pessoa nunca é o chefe. Geralmente é alguma secretária técnica que deu a sorte de passar em um concurso há mais de 20 anos e que agora está aí.... essa criatura não se atualizou, não faz o menor esforço para aprender no dia-a-dia e desconhece a palavrinha básica: gentileza. São esses tipinhos patéticos que mancham o nome da nossa profissão e que desmotivam qualquer estagiário que está ali para aprender (e que acaba desaprendendo).

Mas nem tudo são espinhos! Também existe o tipo gentil, agradável... que as vezes escorrega em alguma técnica ou outra mas que sabe tratar bem, tem paciência e está sempre aberto para críticas e sugestões. Tipo raro, mas que existe sim e que acrescenta muito aos acadêmicos.


O ano passa e o cidadão percebe em seu último mês de estágio que aprendeu muito. Aprendeu a se relacionar, a solucionar probleminhas que sempre aparecem e a engolir muito sapo. Ahhhh sim, aprendeu a redigir muitos documentos também! Aprendeu que realmente quem faz o trabalho ser bom ou ruim são as pessoas. E que nem tudo são flores... tem dias que ele está no limite, com vontade de jogar tudo para o alto... e tem dias que ele agradece a Deus por está ali. O segredo é viver um dia após o outro, fazer o que gosta e tentar está cercado apenas de criaturas agradáveis. As desagradáveis o cidadão tolera. Apenas isso. Apenas o indispensável.


O contrato acaba e um novo ciclo recomeça... correria para tentar algo novo. Novo estágio, novos projetos... E agora, o que fazer?????? Ficar em casa só estudando ou recomeçar tuuuudo de novo?


ps: Qualquer semelhança NÃO é mera coincidência!



Um comentário:

satilia tchipaca disse...

gostaqria de aprender mas sobre o secretáriado sou angolana e fiz um curso basíco, e pretendo seguir esta carreira.