quinta-feira, agosto 21, 2008

Pesquisa revela preferência das empresas por recém-formados


Pesquisa realizada pela provedora de soluções de gerenciamento de talento Korn/Ferry International mostra que 65% dos executivos de 90 países pretendem contratar recém-formados ainda neste ano, na mesma quantidade dos últimos anos (35%) ou até mais (30%).


A boa notícia foi atenuada por 36% de executivos, que dizem estar contratando um número menor de graduados em relação aos anos passados.Ainda segundo a pesquisa, cerca de dois terços dos executivos entrevistados revelam que as organizações para as quais trabalham estão planejando contratar graduados com diploma de bacharel ou de pós-graduação."Parece que os planos de contratação para os recém-formados continuam fortes, apesar de uma tendência de queda no mercado em geral", diz a diretora da Korn/Ferry no sul da Califórnia, Caroline Nahas.


"Manter o fluxo de novos talentos é uma situação crítica, mesmo durante a queda na economia, pois posiciona as empresas para uma recuperação. Além disso, à medida que os baby boomers (geração nascida após a Segunda Guerra Mundial) se aposentam, diminui a força de trabalho, mas as empresas continuam a repor os futuros talentos", acrescenta ela.


O motivo

A sócia-diretora da Vox Solutions, empresa do CLIV Solution Group, Angela Mota Sardelli, explica que, com a economia aquecida (no caso brasileiro), a oferta de empregos é maior, porque as empresas crescem e se tornam mais competitivas. Resultado: muitos profissionais acabam migrando para a concorrência. E não é nem mesmo preciso correr atrás da nova oportunidade. Às vezes, quando o profissional é talentoso, as próprias companhias concorrentes fazem a oferta." Em épocas como a atual, fidelizar talentos é difícil mesmo, graças à movimentação mais intensa do mercado. Com isso, as empresas precisam repor continuamente seus talentos. Descobriu-se que contratar recém-formados é uma maneira de formar novos talentos, que têm mais chance de ficar por um tempo prolongado na empresa. O profissional do mercado recebe muitas propostas, por conta de seu know-how, e acaba ficando menos tempo nos empregos", esclarece a especialista.


Nos últimos anos, segundo Angela, muitas empresas passaram a preferir recém-formados, o que não era uma realidade antigamente. "Antes, a chegada de um recém-formado no mercado era dramática, porque era difícil conseguir emprego. Hoje é possível notar que as pessoas não estão tendo tanta dificuldade. Por exemplo, novos graduados em engenharia ou informática dificilmente ficam sem emprego", conta.


É verdade que existe o componente salário. A sócia-diretora da Vox Solutions admite que um recém-formado ganha menos do que um profissional pronto, mas ela enfatiza que este não é o motivo principal das contratações. "A questão principal é a necessidade de repor talentos que migram para a concorrência ou se aposentam", garante.


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